COMO DESCOBRIR O VERDADEIRO PROFETA

por Lorenço Gonzales

 

Jesus, antes de ir para o Céu, prometeu:

Mateus 28: 20

“Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.”

– Como estará Jesus conosco? Pelo ministério do Espírito Santo!

A Bíblia afirma que Deus deu, através dos dons espirituais, uns para apóstolos, outros para profetas, outros para doutores (Efé. 4:11), e assim enumera uma série de dons que devem existir na igreja para que haja o aperfeiçoamento dos santos e o evangelho possa ser pregado com poder e discernimento.

A Palavra de Deus, ao mesmo tempo que nos aconselha a busca dos dons, adverte-nos do cuidado que devemos ter, especialmente nos últimos dias, com relação aos falsos dons. O solene conselho bíblico é:

I São João 4: 1

“Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes provai os espíri-

tos, se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo

mundo afora.”

Portanto, o crente precisa estar alerta e distinguir os espíritos. Vivemos num tempo em que há muitos “sinais e maravilhas”, por conseguinte, devemos orar e pedir a Deus sabedoria para divisar a Verdade e o erro.

Dependendo da época ou situação, certo dom pode ser mais necessário que outro. Foi o que aconteceu no Pentecostes, em que o dom de línguas foi imperioso, pois os apóstolos deveriam pregar a outros povos cujas línguas desconheciam, e isto era um obstáculo. A própria Bíblia fala que é o Espírito Santo quem distribui dons a cada um, como quer; a saber, como deseja o Agente Celestial, e não como queremos. O Espírito é quem nos usa, segundo Sua vontade, e conforme lhe apraz, para o que for útil.

Era útil, necessário e urgente que os discípulos pudessem falar em outras línguas, para difundir o evangelho. Assim sendo, Deus lhes outorgou o dom de línguas, exatamente no momento certo: No Cenáculo!

Que diremos da atuação dos dons na igreja nos dias em que vivemos? Os dons continuam a existir na igreja. Deus dá o dom a cada um, como quer. Não escolhemos o que queremos ser, mas o Senhor, segundo Sua presciência e vontade, vê em nós e ao nosso redor quais os dons necessários, na ocasião e situação em que nos encontramos, e que devem ser desenvolvidos. No entanto, é notório, na Bíblia, que nos últimos dias um dom estaria em preeminência. E qual é esse dom? Preste atenção em duas passagens do Novo Testamento.

Apocalipse 12:17

“E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto de sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus.”

Observe irmão, como é clara a descrição do apóstolo João ao dizer que Satanás (o dragão) irou-se contra a mulher (igreja de Deus) e foi fazer guerra ao resto de sua semente (os cristãos que através de todos os tempos, em meio a todas as circunstâncias, permanecem fiéis às doutrinas bíblicas, tais quais foram dadas ao início por Deus).

Esse restante, fiel e obediente, tem duas características singulares: guardam os Mandamentos de Deus e têm o Testemunho de Jesus. Chamo sua atenção para esta expressão: Testemunho de Jesus. Que é isso? A própria Bíblia define:

Apocalipse 19:10

“E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: olha, não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus; adora a Deus; porque o Testemunho de Jesus é o Espírito de Profecia.”

Glória a Deus! Aleluia! Aleluia ao grande Jeová que cuida de Sua igreja e lhe outorga o dom que hoje é o mais necessário, o mais importante: o Dom de Profecia. O próprio apóstolo Paulo reconhece que o maior de todos os dons é o de profecia, e aqui está a prova:

I Coríntios 14: 5

“Eu quero que todos faleis línguas estranhas, mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior que o que fala línguas estranhas...”

Fica claro então que, nos últimos instantes da história terrestre, existiria um remanescente fiel, que guardaria os mandamentos de Deus e receberia o dom de profecia – o maior de todos os dons. E porque Deus assim acha? Tenho por convicção nunca questionar o que o Senhor diz. Sempre acho que, sendo Deus o Criador, ninguém deve duvidar de Sua palavra: se Ele disse que o dom de profecia é o maior de todos, devemos aceitar sem dúvida. Este dom é maior porque “edifica a igreja” (I Cor. 14:4); também conduz a igreja em uma perfeita unidade e por caminho seguro. O sábio Salomão dá-nos esta oportuna palavra: “Não havendo profecia o povo se corrompe...” (Prov. 29:18). Verdade é que o povo de Deus, quando guiado por um profeta, nos tempos do Antigo Testamento, sempre se manteve fiel aos reclamos divinos, mas, tão logo morria o profeta, o povo descambava para o pecado e a idolatria. A função do profeta (que tem o Dom de Profecia) é altamente importante, sobretudo, para conduzir o povo do Senhor seguro e orientado. “... Crede em seus profetas e sereis prosperados” (II Crôn. 20:20).

O Espírito de Profecia (o maior de todos os dons), é Deus falando por meio de um profeta para conduzir o remanescente que guarda os Dez Mandamentos, ajudando-o a passar pela grande crise final, na controvérsia do erro com a verdade, e a suportar a grande angústia, maior que a de Jacó (Dan. 12:1).

Jesus disse que, nos últimos dias iam levantar-se falsos profetas (Mat. 24:24). Então, como saberemos ser verdadeiro um profeta? Como primeiro passo, é fácil concluir onde o verdadeiro profeta surgiria. Afirma a Bíblia, inconfundivelmente, que ele se levantaria de entre o remanescente que guarda os mandamentos de Deus (Apoc. 14:12; 12:17). Em segundo lugar, há um fenômeno físico que ocorre ao profeta verdadeiro, quando arrebatado pelo Senhor para receber as mensagens transmitidas ao povo, conforme o relato de Daniel:

Daniel 10: 16, 17 e 19

“E eis que uma como semelhança dos filhos dos homens tocou os meus lábios; então abri a minha boca, e falei, e disse Àquele que estava diante de mim: Senhor meu, por causa da visão sobrevieram-me dores e não me ficou força alguma... e não ficou em mim fôlego. E disse: Não temas, homem mui desejado, paz seja contigo, anima-te, sim, anima-te. E falando Ele comigo, esforcei-me e disse: Fala, meu Senhor, porque me confortaste.”

Dentro deste panorama físico, vai-se-lhe a força natural; em seguida, uma força sobrenatural substitui a força que lhe foi tirada (Dan. 10:7 e 8).

Quando Deus dá ao profeta alguma visão, isso é feito tão solenemente que há um arrebatamento de sentido, e durante a visão ele não percebe o que se passa ao redor, ficando sua respiração paralisada. Tudo, porém, dentro de um clima calmo e reverente.

Números 24:3 e 4

“E alçou a sua parábola, e disse: Fala Balaão, filho de Beor, e fala o homem de olhos abertos: Fala àquele que ouviu os ditos de Deus, o que vê a visão do Todo-Poderoso, caindo em êxtase de olhos abertos.”

Note que este texto informa o que ocorre quando Deus dá uma visão ao profeta. É arrebatado, tendo os olhos abertos, mas alheio a tudo ao seu redor.

Finalmente, o arremate paulino:

II Coríntios 12: 2-4

“Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo, não sei, Deus o sabe), foi arrebatado até ao terceiro Céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei, Deus o sabe), foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.”

Paulo fala de próprio, reconhecendo ter sido arrebatado em visão do Senhor. Assim sendo, para se reconhecer o verdadeiro profeta, há caminhos seguros:

 

Seus sentidos são-lhe arrebatados, os olhos ficam abertos, permanece em êxtase, e sua respiração é tirada totalmente. O tempo que o profeta permanece nesse estado, é o tempo que Deus tem para lhe transmitir a mensagem.

 

“Durante esse tempo, o coração e o pulso continuam a bater, os olhos estão sempre abertos, parecendo fitar um objeto distante, e nunca fixos em qualquer pessoa ou coisa... Estão sempre voltados para cima. Têm expressão agradável. Não há olhar espantado ou qualquer aparência de desmaio. Pode aproximar-se de repente a mais brilhante luz, ou fingir que se atira alguma coisa dentro deles, sem que haja nunca o mais leve pestanejar ou mudança de expressão por causa disto... Enquanto está em visão, cessa todo o movimento respiratório. Nenhuma respiração escapa de suas narinas ou lábios.” – Crede em Seus Profetas, Denton E. Rebok, págs. 123/124.

Estas são, portanto, quatro provas de autenticidade do dom de profecia (profeta verdadeiro):

Olhos abertos, ausência de fôlego, falta de força

natural e, em seguida, força sobrenatural.

Assim, pois, uma forma simples de saber se o profeta foi arrebatado pelo Senhor, é só colocar um espelho diante de suas narinas, durante o tempo de seu êxtase (arrebatamento). Se acontecer de o vidro ficar embaçado pela sua respiração, há embuste.

Ser profeta não é fazer-se profeta, ou ser capaz de adivinhar o que vai acontecer ao irmão fulano ou sicrano, daqui a alguns dias, ou falar que algum irmão está em pecado, ou preconizar alguma ocorrência (dor – doença – conversão), sem ter tido, para tal, uma revelação específica, provinda diretamente de Deus.

Numa multidão reunida, especialmente para os “problemáticos” como dizem as propagandas, fatalmente terão ali TODAS as doenças que o “profeta” mencionar. Isso sem levar em conta a dolorosa fraude confirmada, dos “auxiliares” cego, mudo, aleijado, contratados pelos “profetas” e milagreiros. Há provas.

Existe hoje uma enorme especulação a respeito, uma “coqueluche” de “profetas” no meio evangélico, que mais parece espírito de adivinhação, que na Palavra de Deus é totalmente condenado. Apregoa ela:

Deuteronômio 18: 10-12

“Não achará entre ti... nem adivinhador, nem prognosticador, nem feiticeiro... Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor, e por estas abominações teu Deus os lança fora de diante dEle.”

Ser profeta de Deus é ter visões, sonhos, onde o Senhor, diretamente, ou através de anjos, comunica-lhe Sua vontade e orienta Seu povo. O profeta Joel, em seu livro, capítulo 2:28, dá certeza desse fato.

Em geral, a profecia é dada visando toda a igreja, revelando coisas futuras que vão ocorrer com o povo de Deus e, em alguns casos especiais, é dada diretamente a alguma pessoa, para levá-la ao arrependimento, como foi no caso do profeta Natã com Davi (II Sam. 12).

Assim, irmão, está claro que, o maior dom, o dom mais necessário na atualidade, quando se aproxima o desfecho final do conflito entre Cristo e Satanás, a verdade e o erro, é o Dom de Profecia, porque, ele haverá de conduzir a igreja na senda da Verdade, da pureza e do amor, fazendo-a passar incólume pelo fogo do engano, abrindo os olhos dos filhos de Deus para ver todos os dardos inflamados do malígno, que se apresentam para macular a doutrina do Senhor.

Prezado irmão, creia isso e receba do Senhor Suas bênçãos profusas. Amém!

OBSERVAÇÃO:

Conquanto Ellen G. White nunca tenha se intitulado profetisa, sua obra a revela como tal. Tendo não mais que três anos de escolaridade, escreveu mais de 50 livros, dos quais, compêndios sobre saúde e educação não superados até hoje; reconhecido pela ciência estar, à época em que os escreveu, 50 anos à frente de seu tempo. Viveu ela 88 anos, dos quais, 71 foram dedicados à Obra de Deus. Teve cerca de 2.000 sonhos e visões do Senhor (semelhantes aos relatados no livro de Daniel, como se disse aqui) que consolidaram efetivamente esta gloriosa igreja na Terra.

Leia os livros A Ciência Médica e o Espírito de Profecia; Ellen G. White e a Igreja Adventista do Sétimo Dia; Crede em Seus Profetas; editados pela Casa Publicadora Brasileira, que são uma biografia desta humilde serva do Senhor, feita por cientistas e autoridades ilibadas, e veja se ela é “demente”, “doente da cabeça”, “louca”, “epilética”, “farsante” (e outros adjetivos inconsequentes), como os desamorosos escritores a “picham”. Confira, irmão!

“Seu livro Educação mereceu os mais honrosos elogios de altas autoridades responsáveis pela sorte do povo. O governo de adiantado país europeu mandou reimprimí-lo a expensas do erário público e distribuí-lo em todas as escolas secundárias.” – Subtilezas do Erro A.B. Christianini, pág. 31.

“Uma rainha da Rumânia pediu que o seu livro A Ciência do Bom Viver fosse traduzido para seu idioma nacional e difundido entre o seu povo.”

Outro livro de Ellen G. White, o Desejado de Todas as Nações, foi considerado por W.E. Bement, bibliotecário do Congresso Nacional dos EUA, como o 1º entre os livros publicados nos últimos 300 anos, a respeito da vida de Jesus.

O livro de Ellen G. White – Caminho a Cristo – já foi publicado em mais de 100 línguas, com uma tiragem superior a 10 milhões de exemplares, e o Conflito dos Séculos (4 milhões já vendidos) tem estremecido os alicerces de Satanás, levando milhares de almas a Cristo. Milhares de uma só vez. Glória a Deus! Aleluia!

COMA CERTO: VIVA MAIS

Paulo Harvey

Você tem duvidado de que vale a pena cuidar da saúde? A maioria dos médicos modernos concorda em que devemos fazer exercício, manter baixo o peso e não fumar.

Número cada vez maior de médicos desaconselham o álcool, alimentos que contêm muito colesterol e pão branco.

Estas recomendações baseiam-se nos mais recentes conhecimentos de medicina, mas também posso mostrar-lhes a mesma prescrição para se ter boa saúde, num livro (“Conselhos Sobre Regime Alimentar”) que tem cem anos de idade.

Ellen White é a autora desse livro. Até hoje os Adventistas do Sétimo Dia aceitam o seu padrão de julgamento. Visto como ela se demonstrou certa em tantas coisas, talvez convenha examinarmos o que mais ela disse.

Os benefícios dos ensinos de Ellen White podem agora ser aquilatados.

Existem, na Califórnia, 57.000 Adventistas. Recentemente foram “entrevistados os mortos.”

O Estado da Califórnia, o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos e a Igreja Adventista da União do Pacífico analisaram os atestados de óbito acessíveis de todos os Adventistas falecidos num período de cinco anos.

98,8 por cento de todos esses atestados foram investigados. A julgar por esses registros, os Adventistas do Sétimo Dia têm uma perspectiva de vida de cinco ou seis anos a mais do que os outros californianos.

70 por cento menos de Adventistas morrem de todos os tipos de câncer, 68 por cento menos das moléstias do aparelho respiratório, 88 por cento menos de tuberculose e 85 por cento menos de enfisema pulmonar.

Entre todos os Adventistas, houve apenas nove casos de câncer do pulmão e, como revelaram novas pesquisas, cada um desses tinham sido outrora fumantes.

Os Adventistas têm 46 por cento menos caso de paralisia, 60 por cento menos doenças cardíacas.

Cerca de 50 por cento dos Adventistas são vegetarianos. Os Drs. Richard Walden e Raymond West, da Universidade de Loma Linda, publicaram um estudo contendo certos dados relativos a comedores de carne e vegetarianos.

Um dos subprodutos da abstinência dos Adventistas quanto ao álcool talvez seja a averiguação de que eles sofrem apenas um terço (35 por cento) de acidentes, em relação aos outros.

Tem servido para fortalecer a fé dos fiéis o fato de que as mais avançadas descobertas científicas apóiam o que foi escrito e ensinado por esta maravilhosa e pequena senhora, Ellen G. White, mais de cem anos atrás.

Se as descobertas científicas futuras continuarem a apoiar as suas, vejamos o que hão de prescrever os médicos de amanhã.

Ellen White advertiu contra o comer em excesso, assim como contra regimes drásticos (“Não defendo extremos”).

Pão de trigo integral, não branco. Poucos doces (o açúcar não faz bem ao estômago).

Ela recomenda cereais, legumes, frutas – especialmente maçãs (“a maçã é superior a todas as demais frutas”).

Ela não recomenda carne, nem café e chá.

E, que pena! “Nada de bolinhos quentes.”

Se algumas de suas recomendações parecem extremadas, imaginem como devem elas ter parecido em 1863! Entretanto, a ciência moderna continua a dizer, cada vez mais: “Ela tinha razão!” – Paul Harvey News, Março 1969.

ATENÇÃO: Não deixe de ler o cap.

ELLEN G. WHITE – A MENSAGEIRA DE DEUS.

O FALSO PROFETA

O último dos profetas do Antigo Testamento foi Malaquias. Dada a dureza de coração, frouxidão espiritual, descaso pelas leis divinas, abandono do zelo do Senhor, e acintosa rebelião do povo judeu, houve, por parte do Senhor, a partir daí, um silêncio de aproximadamente 400 anos, até a chegada do grande profeta Jesus. Este é o período chamado intertestamentário.

Após a ascensão do Senhor Jesus, houve profetas esporádicos (Atos 19:6; 21:9 e 10; I Cor. 14:29,32), que, não exercendo o ministério profético (semelhante ao Antigo Testamento) em função da Igreja Cristã, esta desencaminhou-se e, no 3º século, apostatou completamente (embora sempre tivesse permanecido um remanescente fiel). No século XVI, surgiu a providencial Reforma, e no XIX, a restituição do dom profético à igreja de Deus (Apoc. 12:17; 19:10).

Entretanto, como Satanás está sempre atento, e querendo confundir sempre as coisas divinas, tratou logo de criar meios e maneiras de misturar o erro com a Verdade, o falso com o verdadeiro, e assim sua atuação através de “dom profético” é vista hoje em dia em centros espíritas, terreiros de macumba, candomblé e, até mesmo em igrejas ditas evangélicas, (com profundo pesar o digo).

Se você me perguntar o que são as “profecias” ocorridas hoje nas igrejas pentecostalistas renovadas, com sinceridade daria a resposta em forma de silogismo, para você raciocinar friamente. Porém, evoco, inicialmente, dois fatos irrecusáveis. Tais “profetas” são profundamente sinceros e, estão, sem o perceberem, enganados por um poder contrafacioso, ou são sagazes embusteiros (fico com o primeiro fato).

Daí, creio, há que haver um padrão identificador, seguro e fiel, para que o crente caminhe firme e não se torne presa de Satanás. Eis o silogismo:

IGREJA “A”

Nesta igreja, o “pastor” pega uma bisnaga, levanta-a sobre a cabeça, diz ser um pão comum, porém, depois de sua oração será transformado em pão santo. “Rasga-a” em pedaços e a distribui aos fiéis, e diz ser isto “santa ceia”.

Esse “pastor”, antes de orar pelos problemáticos, cobra a quantia de 10,00; 50,00 e até 100,00 reais ou mais. Igreja onde é notória a falta de idoneidade moral nos dirigentes, reconhecida pelos próprios adeptos; onde o “pastor” não dá um testemunho imaculado, há nódoas em seu caráter, e, no entanto, tem ele “revelação divina”, “profetiza” e, “fala língua estranha” em toda a reunião.

IGREJA “B”

Nesta igreja, ainda que da mesma linha pentecostalista, não prolifera esta falta de idoneidade nos dirigentes, mas sobeja a “profecia”, “revelações divinas” e “línguas”, idênticas às da igreja “A”.

ENTÃO PERGUNTO:

• O espírito que atua nestes fenômenos é o mesmo?

• Se o espírito não for o mesmo, uma coisa fica provada: há um espírito paralelo ao da igreja “B”.

• O que fazer então para identificar tal espírito?

Meu irmão, a pessoa precisa ser ensinada em toda a Verdade, guiada pelo Espírito de Deus (João 16:13), pois, provado está que a mente retém tudo que lhe é ensinado. Assim que, ao ensinar-se o erro a uma pessoa, e esta, não tendo opção de comparar e estudar, passa a crer nele com a maior sinceridade, e este erro transforma-se em verdade para ela; no entanto, é apostasia para Deus.

Diga a um católico convicto, que há 50 anos adora ídolos, que isto é abominação, idolatria condenada por Deus (Êxo. 20:4). Ele aprendeu errado e crê seja verdade.

Diga a um membro da Sociedade Torre de Vigia que a recusa da vida através de uma transfusão de sangue é quebra do 6º mandamento (Êxo. 20:13). Ele aprendeu errado e crê seja verdade. É vital, irmão, crer em toda Verdade. É a única salvaguarda contra as “astutas ciladas de Satanás” (Efé. 6:11). Observe o perigo:

Mateus 7:22 e 23

“Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu nome? E em Teu nome não expulsamos demônios? E em Teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci, apartai-vos de Mim, vós os que praticais a iniquidade.”

Caro irmão, se o Senhor Jesus disse palavras tão claras e objetivas, esclarecendo o surgimento de tal estado de coisas, que hoje são largamente comprovadas, é preciso dar um sinal de alarme. Este é o tempo em que se cumpre esta palavra. Homens e mulheres, em nome da religião, da Bíblia e de Jesus, operam milagres e prodígios que nada têm com o Espírito de Deus. É o que diz Jesus:

Mateus 24:24

“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os próprios escolhidos.”

A verdade e o erro estão se mesclando de tal modo que, a distinção ou a linha divisória entre ambas está se desvanecendo, e muitas sinceras e boas pessoas estão sendo desviadas da cristalina Verdade do Céu. Mas não é difícil descobrir onde está a Verdade e onde medra o erro.

Quando Jesus fez esta advertência, Ele não o fez meramente; quis o Senhor abrir nossos olhos, alertar nossa visão espiritual de que Satanás, como príncipe deste mundo (João 12:31; 14:30), astucioso e sagaz como é (Efé. 2:2; II Tes. 2:9; II Cor. 11:13-15; Apoc. 13:13), tentaria, de todas as maneiras, iludir o crente sincero, fazendo-o crer em um poder que é seu próprio, como se fosse de Cristo. Foi Satanás com seu poder quem contrafez com uma cena hipnótica os sinais de Deus no Egito (Êxo. 7:22; 8:7). Este sagaz arquiinimigo de Deus e dos cristãos tentou ludibriar o próprio apóstolo Paulo. Observe:

Atos 16:16-18

“E aconteceu que, indo nós a oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação (malígno) a qual, adivinhando, dava grande lucro a seus senhores. Esta, seguindo Paulo e a nós, clamava dizendo: estes homens que nos anunciam o caminho da salvação são servos do Deus Altíssimo. E isto ela fez por muitos dias. Mas, Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu.”

Por este fiel e esclarecedor texto estamos em condições de advertir aos sinceros e fiéis que:

• Satanás profetiza; (profetizou que eram “servos do Deus Altíssimo”).

• Satanás testemunha do Altíssimo; (apresenta o “caminho” da salvação).

 

(Sendo pouquinho realista, não seria este o “espírito” da pseudo-igreja “A”?)

 

E, no entanto, Paulo reconheceu a contrafação deste ser e o expulsou da jovem. Veja que o que ela profetizava era certo, realmente tratava-se de servos do Deus Altíssimo. Isso indica que, este mesmo espírito que atuou na jovem para revelar a condição de Paulo e seus companheiros, pode muito bem estar hoje fazendo as mesmas “revelações” e “batizando” as pessoas incautas, sinceras e inocentes, e, no entanto, não é da parte de Deus e, semelhante ao que fez Paulo, terá que ser expulso em nome de Jesus Cristo.

Note o irmão como é fundamental andar em toda a Verdade de Deus, a fim de podermos divisar as “astutas ciladas de Satanás”, em toda a sua contrafação. (I Reis 22:22 e 23; 18:29; I Sam. 18:10).

Diante disso, amado irmão, tem que haver um padrão para distinguir, identificar a procedência da “profecia”, que é o seguro trilho do cristão fiel. Ei-la:

Isaías 8:20

“A Lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva.”

Inconfundivelmente, a obediência irrestrita a toda a vontade de Deus (Êxo. 20), e testemunho pessoal (Mat. 7:16), são a segura guia divina para divisar o falso do verdadeiro. Antes de finalizarmos, abro um parêntesis.

Creio na sinceridade de coração do crente quando ele age com desconhecimento da Lei de Deus (“Deus não leva em consideração os tempos de ignorância” – desconhecimento de Sua Verdade e vontade – Atos 17:30; I Tim. 1:13), ao qual pode muito bem o Senhor conceder alguma revelação, que servirá para o seu crescimento na fé e a busca de toda a Sua Verdade. Por que não?

Os transgressores, porém, confessos, fatalmente serão enlaçados pelo “espírito” da pseudo-igreja “A”.

Ainda que neste estado da suposta igreja “A” alguém, na sua sinceridade, assegure que lhe ocorreu o Senhor falar através de “profecia”, e deu-se assim como falou o Senhor, consideremos: Foi coincidência, pressentimento ou real? Se foi real, há, de fato, dois “espíritos” atuando juntos, o do alto e o de baixo? Dois poderes, o de Deus e o de Satanás? Irmão, ponha tudo na balança e examine onde fica o pêndulo, e tome sua decisão. Seja corajoso. Que Deus o abençôe.

Nenhuma oração sincera se perde, não importa de onde ela seja proferida nem em que circunstâncias. Os que buscam a Deus com sinceridade de propósito, O encontram (Jer. 29:13; Prov. 8:17). Pode o Senhor atender o anseio de um crente neste lugar, mas isto não quer dizer que Deus aprova o todo.

Jesus, certa vez, compadeceu-se ao ver o Seu povo como “ovelhas sem pastor” (Mar. 6:34). No entanto, eram eles guiados e orientados por sacerdotes e sumos sacerdotes. Estes eram os líderes, o templo era a igreja, as Escrituras do Antigo Testamento a Bíblia, só que o Espírito não era de Cristo. Deus fala e atua no coração de Seus sinceros e escolhidos em todos os lugares, chamando-os para congregá-los “sob Suas asas”, em Sua imaculada igreja.

NOTAS

Irmão, minha sinceridade excedeu neste capítulo, porque a irmã Edir, de quem falamos na página 441, sendo anteriormente espírita, macumbeira, trabalhando com a mais profunda bruxaria, desejosa de abandonar tais práticas, procurou várias igrejas pentecostais e as da linha renovada, na busca da Verdade e, segundo seu próprio depoimento, ficava estarrecida ao presenciar ali as mesmas ocorrências do seu “terreiro”. Segundo ela, o aspecto era o mesmo em tudo. Hoje, porém, salva, feliz e contente, aguarda a breve volta do Senhor.

MOISÉS MUNIZ DE OLIVEIRA. Querido irmão e particular amigo. É um atuante e fiel Adventista do Sétimo Dia. Frequenta a igreja da cidade de Luziânia, em Goiás, onde mantém um programa radiofônico semanalmente. Ele foi membro da Assembléia por 17 anos, fazendo inclusive, parte do corpo de evangelista (Rev. Adv. 2/77). A meu pedido, no dia 27/11/1985, enviou-me oportuno e importante documentário do qual, com sua permissão e autorização, extraí estes testemunhos:

“Eu vos digo que convivi 17 anos como membro de certa agremiação pentecostal e lá assisti toda sorte de iniquidade, quem duvidar peça emprestado a ata de reunião de obreiros; entretanto, a cegueira é tão grande que eles acham que Deus pactua com o erro, mantendo esses pseudos dons que advogam para si, presentes entre eles. O que há de real em toda essa crença errônea dos chamados pentecostais é que, o apóstolo S.Tiago, pelas luzes da inspiração divina, desempata toda a dúvida, em sua epístola acerca de dons perfeitos e imperfeitos, dando a entender que, se um dom não funcionar perfeitamente é imperfeito, e por isso não vem do alto, não vem de Deus, o Pai das luzes (S. Tiago 1:17).

“Em 1967, ainda jovem, participei da 8ª Conferência Mundial Pentecostal no estádio do Maracanã e Maracanãzinho, RJ. Casa cheia, gente de quase toda parte do mundo. Um grupo de jovens estava reunido à parte e resolveram ‘orar ao Senhor em busca de poder’. Participei, alguns jovens estrangeiros estavam presentes, ‘o poder caiu’, vieram as línguas, falei línguas, os estrangeiros falaram, entretanto, ninguém entendeu ninguém, houve algo errado; naquele tempo eu não sabia, não se repetiu a cena de Atos 2, na qual S.Pedro e os apóstolos foram entendidos no que diziam aos estrangeiros.

“Em 1964, participei de reuniões espirituais na Av. W.5, em Brasília no templo da Assembléia, o pregador daquelas reuniões era um ‘missionário’ que viera de São Paulo com o fito de promover um ‘reavivamento espiritual’. Acompanhei os feitos deste homem. Vi curas. Certa noite um homem deixou as muletas e, atendendo o chamado do ‘missionário’, correu em direção ao púlpito da igreja. O ‘missionário’ Wilson fazia o povo crer que tudo provinha do poder de Deus. Este missionário colocava as mãos sobre a cabeça dos fiéis e estes, recebiam o chamado dom de línguas. Semanas depois, os pastores NARBAL SOARES e MANOEL VARELA, constataram e o próprio pastor MANOEL VARELA me confidenciou que surpreendera o missionário em atitudes suspeitas, isto é, o homem era efeminado (I Cor. 6:9). No Egito, tanto Moisés como os magos, operaram prodígios e só podemos distinguí-los entre obra de Deus e obra satânica, porque sabemos que os magos eram feiticeiros. Portanto, Deus jamais os usaria.

“Em 1978, juntamente com o irmão Domingos Rodrigues, atual dirigente da Igreja Adventista do Sétimo Dia do setor oeste do Gama – DF, visitei uma senhora na quadra 7 da SHIS Central do Gama e ouvi dessa senhora o seguinte testemunho: Durante anos ela frequentava centros espíritas, era médium e recebia como guia um ‘cacique’. Depois de muito sofrimento, ela procurou se afastar do centro e fugir daquele índio. Viajou para Recife – Pernambuco. Certa noite, procurou a Igreja Pentecostal Assembléia de Deus liderada pelo falecido pastor JOSÉ AMARO. A reunião era de orações. Como visitante, pela primeira vez, no momento da oração também se ajoelhou. Durante a oração recebera uma sensação estranha, convulsionava. Ao terminar o culto, o pastor veio saudá-la, perguntando se estava feliz por receber aquela bênção. Ela perguntou: – “Que bênção, pastor?Ele respondeu: – A senhora foi selada com o Espírito Santo. – “Não pastor”, retrucou ela. – “Aquilo é o caboclo que me persegue que baixou em mim. Eu estava procurando um meio de me afastar dele, mas vejo que ele anda por aqui e, vocês o chamam de ‘espírito santo’, pois nunca mais voltarei aqui”, e – foi-se embora.

“A irmã Luzia de Oliveira, foi pentecostal durante 22 anos. Ela contou-nos de um rapaz que era possuído de espíritos imundos. Durante as orações feitas em favor do doente, este começava a falar em línguas estranhas ao mesmo tempo em que estava endemoniado.

“É interessante notar que, durante os 17 anos que estive no movimento pentecostal, sempre observei, embora sem explicação, que todo médium espírita que ingressava na Assembléia era imediatamente contemplado com aquele ‘dom’. Amigos, continuem observando. A coisa não mudou!

“Conheci uma ‘profetisa’ da Assembléia por nome Odraci. Esta mulher era muito idolatrada pelas outras irmãs, inclusive por minha esposa que também era profetisa. Certa vez, ela testemunhava publicamente algumas visões que tivera, e, em uma delas, fora ‘arrebatada’ até os Céus. Lá viu ‘almas’ de pessoas conhecidas que já ‘dormiam’ no Senhor. Passeou pelas ruas da Nova Jerusalém, depois disse ela que um anjo a conduziu até onde estava Davi, e este lhe deu a Santa Ceia; a seguir, foi trazida de volta à Terra. Bem, a Nova Jerusalém sabemos que existe, é fato bíblico. Sabemos que há ruas e anjos na Cidade Santa, entretanto, a Santa Ceia que ela afirma ter participado da mão de Davi nos Céus, é um fato falso, porque Davi não subiu aos Céus (Atos 2:29, 34). Sabemos que a tática de misturar a verdade com o erro tem origens em Lúcifer (João 8:44). Ele não somente é mentiroso, mas, não se firma na verdade. Aí está a verdade sobre a procedência das visões. Jer. 23:25 e 26.”

 

A HORA É DE VIGILÂNCIA

No dia 10/11/1985, domingo, sintonizei a Rádio Copacabana, RJ, às 12:30h, o programa era “Jesus o Salvador”. Em dado momento, o pregador, bispo Arlindo, da Igreja Evangélica Monte Sinai, disse: “Num dias destes, chegou lá em nossa Igreja de Monte Sinai, três profetisas de uma igreja aí que não quero citar o nome. Orei por elas, elas se manifestaram e caíram. Então eu perguntei: Qual é o teu nome? Eu sou Satanás respondeu. Eu disse: O que você está fazendo nas igrejas? Ele respondeu: eu toco piano e toco guitarra. Então eu o expulsei e o mandei para o seu lugar no inferno e, aquelas irmãs, chorando, se abraçaram a mim.”

OBSERVAÇÃO: – Três profetisas... endemoniadas!! – Percebeu?

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Jesus disse: “O Senhor te repreenda Satanás” – Zac. 3: 2. Mat. 16: 23. Judas 9.

• Os pastores estão dizendo: “Eu expulsei. Eu expulso. Eu repreendo.”

Jesus disse: “O Senhor te abençoe e te guarde...” Num. 6: 24.

• Os missionários estão dizendo: “Eu te abençoo. Eu vou te abençoar.”

Jesus disse: “Tudo o que pedirdes...em Meu Nome”. João 14: 13.

• Os pastores estão dizendo: “Eu ordeno: sai demônio, sai enfermidade.”

 

Outros pastores e bispos estão induzindo o povo a trazer em suas igrejas: rosa vermelha, sal grosso, copo, lenço, etc... E o povo é ensinado a centralizar sua fé em tais objetos, quando esta deveria ser canalizada ao grande Deus.

O diabo é mesmo sagaz. Pretendeu destruir a Jesus quando nasceu (Mat. 2: 13-15). Na inquisição, fez tudo para apagar a imagem de Cristo destruindo os cristãos. No Natal, tenta transferir a atenção do povo do presépio para o papai Noel, e, na atualidade, está desviando a atenção de Cristo para os transgressores da Lei de Deus, produzindo milagres mentirosos de manhã, tarde e noite, achatando cada vez mais a fé de pessoas sofridas. Arranca-lhes todo o dinheiro com promessas ilusórias e anti-bíblicas.

Que capacidade de persuasão têm; como humilham, ferem e tripudiam com as palavras. As pessoas passam a ser joguetes sob o fragor das palavras de ordem. São expostas ao ridículo numa demonstração de profundo desamor do “pastor” dirigente, ao obrigar a pessoa a vomitar um demônio; a revelar um segredo familiar para identificar o demônio causador da desgraça na família. A pobre criatura fica oprimida e temerosa porque tudo resume e se restringe a demônios que, se não acometeu-lhe, vai lhe atacar se recusar fazer o que diz o “pastor”. Eu vi isso. Eu ouvi isso. Eu demonstrei minha repulsa por isso, a quem fazia isso.

“Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na Terra. Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o Meu povo assim o deseja: e que fareis no fim disto?” Jeremias 5:30-31.

 

LÍNGUAS ESTRANHAS?

Jesus garantiu aos Seus discípulos a capacidade de falar outros idiomas como um dom do Céu. Observe:

Marcos 16: 17

“... em Meu Nome expulsarão os demônios; falarão OUTRAS LÍNGUAS.”

Esta promessa foi feita exatamente após a grande Comissão Evangélica – IDE (Mar. 16: 15). Portanto, Deus capacitaria os Seus discípulos para pregarem o evangelho a todas as nações, tribos e línguas, com este dom. É inegável que se trata da capacidade de falar outros idiomas sem o conhecer ou havê-lo estudado na escola. E nunca barulhos labiais indefinidos ou estáticos.

 

A LÍNGUA DO PENTECOSTES

O Pentecostes foi a comprovação irrefragável, cristalina, de que este dom é realmente a capacitação divina para cumprir a ordem de pregação do evangelho.

No Cenáculo, aguardando a promessa de Cristo (Luc. 24:49), estavam quase 120 irmãos reunidos (Atos 1: 15) com um mesmo pensamento, um só propósito, ligados por um puro e genuíno amor fraternal (Atos 2: 44-47), uns com os outros e todos ao Senhor. A pureza de Cristo emanava destes discípulos e era vista e sentida pelo povo.

Havia uma ordem para pregar o evangelho a todo o mundo e uma ocasião oportuníssima para tal – a reunião em Jerusalém – de representantes de todas as nações da Terra para assistirem a festa de Pentecostes que, na oportunidade, se processava. O ambiente era altamente favorável, e então cumpriu-se a promessa. Veio o Espírito Santo, capacitando-os com o Dom de Línguas, e, imediatamente, passaram a pregar o evangelho no idioma dos estrangeiros presentes à festa. Ouça:

Atos 2: 4, 6, 11

“...começaram a falar NOUTRAS LÍNGUAS... cada um (os estrangeiros em Jerusalém) os ouvia falar em sua própria língua... cretenses e árabes, todos os temos ouvido em nossa própria língua (idioma).”

A glossolália (dom de línguas) do Pentecostes, foi praticamente uma reprodução do milagre ocorrido em Babel (Gên. 11: 1-9), quando Deus, de uma fala única, produziu muitos idiomas. E daí, as pessoas agruparam-se de acordo com o entendimento de cada língua e povoaram a Terra.

Paulo também reconheceu e, ensinou, que o Dom de Línguas é, realmente, a capacitação de falar novas línguas (outros idiomas) pelo poder de Deus, ao mencionar termos facilmente identificáveis, conforme o capítulo 12 de I Coríntios, a saber:

verso 10 – “... e a outro variedade de línguas”

verso 28 – “... variedade de línguas”

verso 30 – “... falam todos diversas línguas”

Com esta verdade meridiana, também concordam os pentecostais. Ouça:

“É claro que se tratava de um dom, um milagre que se operou, quando os crentes, sem haverem estudado, sem conhecerem idiomas, falaram de forma a serem entendidos na linguagem dos que assistiam ao grande acontecimento... Os crentes falaram claramente na língua dos estrangeiros presentes ‘as grandezas de Deus’ (Atos 2: 7-11), e muitos deles se converteram ao serem admoestados pelo Senhor.” – O Mensageiro da Paz, 1/9/54, pág. 5.

O então diretor responsável pela publicação mundial do periódico das Assembléias de Deus, Donald Gee, também asseverou:

“O sinal se tornava ainda mais impressionante quando a providência divina concedia ao crente falar no próprio idioma do descrente, como no dia do Pentecostes. – Acerca dos Dons Espirituais, pág. 77. Citado por Elemer Hasse, em Luz Sobre o Fenômeno Pentecostal.

Finalmente, o festejado intérprete pentecostal Brumback, assim se expressa, a respeito deste envolvente tema:

“Milhares de judeus emocionados desviaram-se do caminho para resolver o mistério do som de uma tormenta naquela manhã calma. Ao ajuntarem-se, encontraram mais outro mistério – as línguas repartidas de fogo sobre as cabeças dos galileus. Mas iam presenciar maior mistério do que o som estranho das línguas flamejantes – o falar em outras línguas. Os observadores ficaram muito perplexos ao notarem que esses galileus, identificados como seguidores de Jesus de Nazaré, não estavam falando o idioma simples da Galiléia, mas ‘em outras línguas’; eram seus próprios idiomas! De fato, quase toda a multidão, ao escutarem, podiam discernir seu próprio idioma ou dialeto falado pelos adoradores extasiados.” – Que Quer Isto Dizer?, págs. 18-19. Citado por Elemer Hasse, idem.

A liderança pentecostal reconhece: O Dom de Línguas é, de fato, falar idi-omas estrangeiros sem os conhecer ou os haver estudado. É dom de Deus!

 

A LÍNGUA DE CORINTO

Como este dom é divino, útil e necessário à igreja, logicamente também dizia respeito aos crentes coríntios, e Paulo queria que tivessem esta capacidade. Disse ele:

I Coríntios 14: 5 – “E eu quero que todos vós faleis em (OUTRAS LÍNGUAS...)”

 

Quanto ao dom, ele é real. Não há dúvidas de que é a condição de falar um idioma desconhecido pelo poder de Deus. Entretanto, os coríntios se “perderam” na busca deste dom. Permito-me dizer que, só lá, naquela igreja, e em mais nenhuma outra, mesmo em todo o Novo Testamento, o Dom de Línguas tornou-se um problema, e ele nunca foi problema na Igreja Cristã.

Esta bênção do Céu, Deus a repetirá quando Lhe aprouver. Esperamos até que, será mais cedo do que se pensa, pois o Evangelho do Reino ainda falta penetrar em 23 países (veja pág. 454), e estes contêm centenas de difíceis línguas e dialetos.

Imagine os cristãos aprenderem tais idiomas e ir lá pregar? Quanto tempo levariam? Deus não pode esperar muito tempo mais para nos tirar deste vale de lágrimas. Certamente Ele dará o dom de línguas para finalizar Sua Obra (Rom. 9: 28). Ele precisa fazê-lo. Ele o fará.

Pois bem, examinando alguns aspectos da igreja de Corinto, deparamo-nos com situações realmente desconcertantes, como: dissensão (I Cor. 1:11. 11:18); demandas (I Cor. 6: 6-7); adultério (I Cor. 5: 1); carnalidade (I Cor. 3: 1,3). Que se pode esperar dos carnais?

Não é possível tapar o Sol com a peneira, como é inegável recusar que o ambiente nesta igreja não era, de fato, favorável à descida do Espírito Santo.

Amado irmão, observe a diferença: Enquanto havia unidade perfeita e harmoniosa em Jerusalém, havia discórdia, divisão e contenda em Corinto; e, pior que a demanda entre os membros, predominava a grave imoralidade “não vista entre os próprios gentios” (I Cor. 5: 1) , como afirmou Paulo. E havia outros problemas como: prostituição (II Cor. 12: 19-21); véu (I Cor. 11: 5-6); cabelo (I Cor. 11: 15-16); usura (II Cor. 11: 8-9); desvirtuação da Santa Ceia ( I Cor. 11), etc... Um competente e estudioso intérprete bíblico afirmou, a respeito disto:

“Se o batismo com o Espírito Santo mantém companhia com libertinos, com a desunião dos crentes e com a perversão do culto cristão, qual é então o padrão para testar a obra do Espírito Santo?”

Dr. Eduardo Heppenstall, prof. de Teologia e Filosofia Cristã da Universidade de Loma Linda, EUA. Atalaia 3/76, pág. 12.

 

Então, o que houve em Corinto, aquela igreja dilacerada por divisões doutrinárias, sufocada por práticas imorais, destruída pelo orgulho e licenciosidade?

Paulo convenceu-se que aqueles irmãos estavam desvirtuando o dom de línguas, pois procediam contrário ao determinado pelo Espírito Santo. Desejavam o dom a qualquer custo, completamente desarvorados. Mas, o dispensá-lo ou não, compete a Deus (I Cor. 12: 11), e como o ambiente não era propício, por causa das desavenças e carnalidade, desavisadamente emitiam, a esmo, sons “que ninguém entende”. I Coríntios 14: 2.

O apóstolo, então, para não ferir os brios dos irmãos, esquivando-se também de magoá-los ou atribuir falsidade a seu dom, canalizou-os para dentro do quarto e os incentivou à oração particular (eles e Deus somente – I Cor. 14: 28), ao invés de ficarem fazendo barulho na igreja, contrafazendo um dom que queriam mas não possuíam, por se encontrarem fora dos parâmetros divinos. Diz novamente o professor Heppenstall:

“...quando chegamos a condição espiritual da igreja de Corinto, e quando procuramos interpretar a natureza do dom de línguas, defrontamo-nos com o fato de que algo está radicalmente errado. Pela primeira vez na Igreja Cristã, o falar em línguas tornou-se um problema. Isto levanta a pergunta: Se a manifestação era genuíno dom do Espírito, ou se era uma farsa, uma manifestação demoníaca, ou uma forma de histeria. Se bem que Paulo não denuncie essa manifestação, procura reprimí-la. Ela se havia tornado causa de embaraço. Devemos crer que, no meio de desordem e confusão da igreja, eles eram guiados pelo Espírito?” – Idem.

Diante deste desconcertante episódio, Paulo encontrou a única saída sábia e divina que, posta em prática, divisaria o falso do verdadeiro: Ei-la:

I Coríntios 14: 13 – Edição Revista Atualizada

“...o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar.”

Nas demais manifestações deste dom no Novo Testamento, tanto quem falava, quanto quem ouvia, entenderam a língua. Aqui, porém, em Corinto, foi necessário tal orientação em virtude da visível contrafação do dom. Assim que, se não for uma língua interpretável, semelhante a qualquer idioma terrestre, ou não tendo quem a traduza, a língua para nada se aproveita. Estará falando ao ar, trazendo confusão e não edificando a igreja.

I Coríntios 14: 6, 14 – Edição Revista e Atualizada

“...se eu for ter convosco falando em OUTRAS LÍNGUAS, em que vos aproveitarei... O entendimento fica sem fruto.”

Sim, irmão, que proveito trarão à igreja, ao indivíduo e ao mundo, a emissão de sons que não se entendem? Paulo deixa claríssimo que o problema é realmente de idioma estrangeiro e não de barulhos e sons desconexos, histéricos, incompreensíveis e esquisitos. E mais, Paulo classifica de indouto aquele que só conhece e fala seu próprio idioma, perto de quem fala outros (I Cor. 14:16). Mais uma prova de que se trata de língua de nações e não barulhos sem sentido, feitos com a boca.

Efetivamente, a língua só é útil quando entendida não só por quem a pronuncia, como por quem a ouve. Caso contrário, não terá nenhum valor. Paulo era um poliglota, isto é, falava vários idiomas (línguas de outras nações), por exemplo: grego (Atos 21: 37,40); hebraico (Atos 22: 2); e mais o aramaico e o latim, entre outros, porque cursou nas melhores escolas judaicas e romanas; mas ele só pregava para os coríntios em seu próprio idioma. Diz ele:

I Coríntios 14: 18-19 – Edição Revista e Atualizada

“...porque falo MAIS LÍNGUAS do que todos vós...quero (porém) falar cinco palavras na minha própria inteligência... do que dez mil palavras em língua desconhecida.”

EXEMPLO: Imaginemos Paulo chegar a uma igreja onde todos só falam o hebraico e ele prega em grego. Ninguém entenderá e em nada se beneficiará. Tempo perdido.

I Coríntios 14: 10

“Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo, NENHUM DELES, contudo, sem sentido.”

Observe a clareza do pensamento de Paulo:

“MUITOS TIPOS DE VOZES NO MUNDO” – Isto é: Muitos idiomas (as línguas das na- ções, dos povos do mundo inteiro).

“NENHUM DELES, SEM SENTIDO” –Ou seja: Cada cidadão conhece a sua língua materna. E os que estudam outras línguas passam a entendê-las, porque todas têm sentido claro para quem as conhece.

N.B. O Papa João Paulo II, é um exemplo vivo e extraordinário desta capacidade linguística: fala dezenas de línguas (idiomas de outros povos).

I Coríntios 14: 7-8

“Da mesma sorte, se as coisas inanimadas (sem vida) que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara? Porque se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?”

Veja também esta outra ilustração de Paulo. Uma banda de música composta de pessoas que nunca tocaram os instrumentos que têm nas mãos. Que acontecerá? Uma balbúrdia, uma algazarra infernal de sons que ninguém poderá identificar os instrumentos da banda. Compreendeu?

É o mesmo que dizer: – Ó coríntios, estes seus sons (“línguas”) não têm nenhum valor. Ninguém o entende. Vocês estão falando ao ar. Estão fazendo barulho com a boca somente. Esta confusão contagiante não produz nenhuma edificação espiritual, mas apenas emocionalismos e delírio, que são (perdoe-me), manifestações da carne.

É inegável que Paulo está provando que o dom de línguas é a capacitação de falar outro idioma (língua das nações) e não pronunciar barulhos sem sentidos ou sons ininteligíveis – alocuções estáticas. Por conseguinte, no impasse dos coríntios, a preocupação maior não era o falar a língua, mas interpretá-la, conforme instrução paulina. Dentro deste escopo, a língua se constituía em sinal:

I Coríntios 14: 22-23

“De sorte que as línguas são um sinal não para os fiéis, mas para os infiéis. Se pois, toda a igreja se reunir... e todos se puserem a falar em outras lín-guas, e entrarem... infiéis, não dirão porventura que estais loucos?”

Este quadro ilustrativo de Paulo não é difícil de se deparar hoje. Há igrejas nestas condições. Quem pode negar? A reação inequívoca de qualquer não crente ao chegar ali, será esta evocada pelo apóstolo. Mas, por que isso? – Simplesmente por falta de boa compreensão e pela recusa do conselho de Paulo: Não podendo interpretar a língua, fique calado. I Coríntios 14: 28.

Ora, se a língua desconhecida (estrangeira) tem que ser um sinal para os INFIÉIS, não pode por isso mesmo levá-los a chamar os cristãos de “loucos”. A língua estrangeira constitui-se em sinal para o ímpio, quando este notar que há no crente a capacidade de falar inglês, aramaico, japonês, sem haver estudado estas línguas. Este é o sinal. Sinal, não de “loucura”, mas, do poder de Deus. Aleluia!

Este sinal foi que levou os crentes partos, medos, elamitas, mesopotâmios etc., a indagarem: “Que quer isto dizer... os temos ouvido em nossas próprias línguas...” (Atos 2:12,11). Aqui no Pentecoste, o Dom de Línguas constituiu-se, sem dúvida, no sinal mencionado pelo apóstolo.

Paulo, em todos os pormenores, estava preocupado com a igreja de Corinto, e querendo evitar que ela chegasse a condição de se tornar um escárnio ou “loucura” para os não crentes, determinou judiciosamente:

I Coríntios 14: 27 – Edição Revista e Atualizada

“...no caso de alguém falar LÍNGUA DESCONHECIDA, que não sejam mais do que dois ou três, e por sua vez, e HAJA INTÉRPRETE.”

Ao limitar com reservas a disseminação desta língua corintiana e a presença obrigatória de um tradutor, evidencia que o dom que permeava esta igreja não era verdadeiro. Era uma contrafação do Dom de Línguas.

Agora, por favor, amado, preste atenção: qual o papel de um tradutor? Ele ouve a língua estranha (idioma de alguém que está falando) e traduz para a língua dos ouvintes.

Exemplo: Em sua igreja chegou um pastor da França e vai pregar. Se todos conhecerem a língua francesa, não há problema. Caso contrário, é preciso designar alguém que o traduza.

Assim, é necessário entender, definir, aceitar o que claramente vem a ser o Dom de Línguas, qual sua finalidade e atuação, uniformizar-se aos ditames do Espírito Santo (dois ou três – um de cada vez – haja intérprete). Evidentemente que, alvoroço, confusão, gritaria, balbúrdia, algazarra, palavras incompreensíveis, sem lógica, gemidos prolongados, é a contrafação deste dom, e vai desviar a igreja de sua função doutrinária e amedrontar qualquer ímpio que lá chegar. Até mesmo a reação de quem passe próximo a uma igreja onde haja este estado de coisas é escandalizar-se, temer e se espantar.

Paulo estabeleceu estas normas para que os irmãos coríntios não mais insistissem com aqueles barulhos. “HAJA INTÉRPRETE, OU ENTÃO, CALE-SE.” (I Coríntios 14: 28). Este é o lema, válido hoje para a Igreja Cristã, por quem Paulo, também tornou-se mártir.

RESUMO: A cidade de Corinto foi reedificada por Júlio César no ano 46 d.C., e tornou-se lugar de reunião de todas as camadas sociais da época. Foi a metrópole da província romana de Acaia, desenvolvendo grandemente o comércio entre a Ásia e a Itália. Por esta razão, era comum existir uma população flutuante, de vários povos, que faziam desta cidade ponto de encontro e trampolim para o mundo. Era um palco de línguas estranhas. (Para você compreender isso, passe um dia no porto de Santos em São Paulo ou no porto do Rio de Janeiro. Quando os navios chegarem de todas as partes da Terra, aproxime-se das pessoas que saltarem. Ouça-as conversarem).

Interessante seria ver os coríntios irem ao cais do Porto, onde milhares de pessoas transitavam, e pregar para elas. Se tivessem se prontificado nesta direção, certamente de lá nos viriam muitos milagres. Glória a Deus. Aleluia! Porém, preferiram ficar dentro da igreja aumentando a confusão, que já havia.

Efetivamente, não tenho dúvidas, os coríntios foram envolvidos nas malhas do malígno, influenciados de alguma forma pela diversidade de idiomas em sua Terra. Como o Dom de Línguas é bíblico e eles o almejavam ardentemente, confundiram-se com seus chilreios e murmúrios, porque estavam fora do plano divino por se acharem em precárias condições espirituais. Eis portanto, para sua análise, as diferenças do Pentecostes e Corinto.

Confirmando com a Bíblia que: proibe a gritaria nos cultos (Efé. 4: 31); re-comenda ordem e decência (I Cor. 14: 40); apela a reverência (Heb. 12: 28); que dizer da igreja hoje, repleta de pessoas, todos falando ao mesmo tempo línguas “estranhas”, gritando e gemendo? Meu querido irmão, preciosa irmã, ouça o veemente apelo do apóstolo São Paulo:

Romanos 12: 1-2

“Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus... transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

Não nego, pois já vi, que há entre os que hoje crêem nessas línguas misteriosas, pessoas sinceras e convertidas, e cuja experiência emocional e suas vibrações variam de intensidade de pessoa para pessoa.

Por isso, movido por profundo amor pela sua vida espiritual, é que apresentei este tema e com sincera preocupação, afirmo: As “línguas estranhas”, faladas nas igrejas pentecostais e renovadas, não representam o verdadeiro dom de falar em línguas ocorrido no Pentecostes, conforme descrição de Atos 2, mas tem muita semelhança com o fenômeno emocional de Corinto que, como vimos, Paulo evitou que prosperasse.

 

A LÍNGUA DE ÉFESO

Atos 19

Qualquer pessoa criteriosa, observa a maneira reservada de Paulo no trato deste dom com os coríntios. Tal fato não se deu com os efésios. O apóstolo encontrou nesta cidade um grupo de cristãos, “uns doze varões” (Atos 19: 7). O cristianismo precisava ser implantado neste foco de adoradores da deusa Diana e dos fazedores de ídolos (Atos 19: 27). Uma cidade pagã, precisando ser evangelizada e doze homens despreparados, e mais, que haviam sido apenas batizados no batismo de João (Atos 19: 3) e nunca ouviram a respeito do Espírito Santo (Atos 19: 2). Era um desafio sem precedentes. Estavam, certamente, fadados ao insucesso.

A primeira e imediata providência seria o rebatismo em nome da Trindade, para poderem receber o poder celestial, e o receberam.

Atos 19: 6

“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e TANTO falavam em línguas COMO profetizavam.”

Paulo impôs as mãos, e os irmãos não se contorceram, nem abriram a boca numa vozeria inconsequente, emitindo rumores incompreensíveis ou sons inin-teligíveis. Não! Eles, pelo poder do Espírito Santo, passaram a possuir estes dons, para edificar a igreja (Dom de Profecia) e falar aos estrangeiros (Dom de Línguas).

Estavam esses irmãos, portanto, capacitados para a implantação do Evangelho do Reino em Éfeso. (Naquele tempo, Éfeso era uma grande metrópole, e seu porto altamente importante lhe dava a prerrogativa de ser “a porta da Ásia Menor”). Deus, pois, os capacitou, não para satisfazer caprichos ou vaidades, ou porque queriam o dom, mas para uma obra definida, necessária e urgente: pregar a Cristo crucificado nesta importante e pecaminosa capital do Continente Asiático.

Ninguém, por conseguinte, deve se valer deste texto para afirmar ser doutrina de que o falar “língua estranha” (sons ininteligíveis) seja sinal ou consequência do recebimento do Espírito Santo, pois que, além do Pentecostes, que foi um acontecimento especialíssimo, e de Cornélio em Cesaréia, só há este texto de Efésios em que ocorreu a posse imediata deste dom através do poder do Espírito Santo.

Além do mais, neste caso, também se fazia necessário que esta “posse” fosse semelhante ao Pentecostes, em virtude de a cidade precisar ser evangelizada (cidade que vivia cheia de estrangeiros, com as mais diferentes línguas), e por causa do pleno desconhecimento do Espírito Santo. Ressalte-se que, por outro lado, o Novo Testamento registra 14 casos de derramamento do Espírito e, em nenhum deles foi concedido o dom de línguas (Ver pág 197).

 

A LÍNGUA DE CESARÉIA

Atos 10

Atos 10:44-47

“E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus. Respondeu, então, Pedro: Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós, o Espírito Santo?”

A enfática “também receberam como nós” é uma expressão afirmativa, bem como comparativa (Pedro está se reportando à descida do Espírito Santo em Jerusalém, sete anos antes: Atos 2). O Pentecostes repetiu-se com Cornélio, que, efetivamente, havia convidado a todos, especialmente os que se encontravam sob sua ordem e jurisdição, para recepcionarem o apóstolo.

Positivamente, havia entre esses irmãos, pessoas que não falavam o dialeto de Pedro (aramaico). Porém, ao lhes ser dado o Dom de Línguas, o apóstolo pôde distinguir, na reunião, seu próprio idioma, daí sua afirmação: “também receberam como nós”. Pedro só poderia assim assegurar se, de fato, presenciasse agora, um acontecimento semelhante ao Pentecostes. (Era o mesmíssimo dom. Atos 11:15 e 17; 15:8).

Cornélio, inquestionavelmente, além do latim, passou, entre outros, a falar o aramaico, e estava agora, como um cristão fervoroso, apto a testemunhar de Cristo, e falar das grandezas do amor de Deus, em qualquer país, sem a barreira das línguas das nações (Eze. 3:5 e 6).

Em Jerusalém foram os circunstantes que notaram o dom (Atos 2:8); em Cesaréia foi Pedro quem o divisou (Atos 10:46). Sendo Cesaréia uma residência de procuradores romanos, certamente era uma metrópole que abrigava muitos povos, e agora este grupo de crentes estava capacitado para ministrar-lhes as boas novas da salvação.

Este dom só é dado para um fim definido e específico: a propagação do evangelho, e nunca para satisfação própria. Em Cesaréia, deu-se a repetição do Pentecostes, sem sombra de dúvidas. Não foi som sem sentido, ininteligível ou estatizado, o que falaram. Eles receberam o dom para falar idiomas estrangeiros, aos milhares de estrangeiros .

 

QUANDO O CRENTE RECEBE O ESPÍRITO SANTO?

Consequentemente, a doutrina de que só tem o Espírito Santo quem fala línguas, não tem apoio bíblico. O dom de línguas é, inegavelmente, um dos dons do Espírito, mas este dom não é infalivelmente, a única e última prova de quem é batizado com o Espírito Santo.

O que a Bíblia afirma, e com clareza, é que, o Espírito Santo vem ao crente quando ele se converte (Atos 2:38); obedece (Atos 5:32); ora (Luc. 11:13); possui fé (Gál. 3:14). Após o que, passa a morar no crente (I Cor. 3:16), e, este então, produzirá em sua vida os frutos do Espírito (Gál. 5:22).

“Teologicamente, teremos que dizer que ninguém pode ser salvo, nascer de novo, aceitar a Cristo como Salvador, sem, ao mesmo tempo, ter o Pai e o Espírito Santo, pois Deus não Se divide e não há três deuses, mas um só. Ninguém pode ter um terço ou dois terços de Deus! Ou O tem, ou não O tem.” – A.B. Oliver, Movimento de Línguas, pág. 96.

Jesus afirmou da forma mais clara que, quando vem morar em nosso coração, não vem sozinho. Observe:

João 14:21-23

“Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, esse é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado de Meu Pai, e Eu o amarei, e Me manifestarei a ele... e viremos para ele, e faremos nele morada.” (Compare com I. S. João 3: 24; 4: 13; Rom. 8:9-11).

Efetivamente, quem recebe o Filho, recebe o Pai e o Espírito, pois que são todos um só Deus. Portanto, quando dizemos que temos a Cristo no coração, é o mesmo que afirmar: Temos o Espírito Santo (Gál. 4: 6).

Meu caro irmão, ai de nós, como cristãos, se não fôssemos batizados diariamente com o Espírito Santo; não poderíamos vencer o malígno.

 

A LÍNGUA DOS ANJOS

A “língua dos anjos”, é mencionada uma única vez no Novo Testamento (I Cor. 13:1), e é uma comparação de idiomas feita por Paulo, entre o Céu e a Terra, para enfatizar o fato de que o amor a tudo sublima. Não há tampouco, nenhuma conotação com o pseudo “fenômeno” descrito em I Coríntios 14: 2. E, de passagem, deve ficar claro que Paulo também não falava a língua dos anjos, pois afirmou:

I Coríntios 13: 1

“Ainda que eu falasse... a língua dos anjos.”

Essa concessiva “ainda que”, traduz uma negação: portanto, não falava. E tem mais: nenhum ser humano pode falar a língua dos anjos. Paulo confirma, ouça:

II Coríntios 12: 2-4

“Conheço um homem... que... foi arrebatado até o terceiro Céu... e ouviu PALAVRAS inefáveis, de que ao HOMEM não é LÍCITO FALAR.”

Trata-se, outrossim, da “língua dos anjos”, como bem poderia ser a língua dos seres de outros mundos não caídos. Paulo referiu-se aos anjos, pois que estes são de nossa esfera, isto é: estão envolvidos conosco, guardam-nos e protegem-nos, sabem de nossa precária situação e têm conosco alguma afinidade. Já estiveram presentes fisicamente entre nós, conversaram diversas vezes, etc. (Gên. 18:1-22; 32: 1-2. Juízes 2: 1-4. II Reis 1: 3. Mat. 28: 5. Atos 12: 8-10 etc.). Três deles já me socorreram em situações diversas; um gritou meu nome (em português) e segurou-me o braço. Por isso guardo com o maior carinho, até hoje, uma capa de chuva que usava nesta ocasião. Creio que ali estejam suas marcas digitais. Sobre o ministério dos anjos, se o desejar, leia o meu livro A PONTE DO RIO TANGUÁ.

Por conseguinte, a “língua dos anjos” tem algo em comum com a dos terrestres, dentro mesmo de um definido vocabulário ou construção gramatical. Por isso deu-se sua lembrança, apenas e tão somente como uma comparação, como bem gosta de fazer o apóstolo Paulo. Também a teofania (“aparição ou revelação da divindade, manifestação de Deus”) documentadas na Bíblia, são provas reais de que, a “língua dos anjos”, é compatível com a terrestre. Daí, não é língua estranha.

Quanto à glossolália, não há o que negar, é a capacidade de falar idiomas estrangeiros sem os haver estudado. Portanto, o dom é a glossolália (I Cor. 14:27); e o pseudo “fenômeno” do verso dois (I Cor. 14:2) é um “desvio”, um derivativo dela, pois que, ao afirmar Paulo neste texto – “porque ninguém o entende” – não pode ser atribuído ao genuíno Dom de Línguas, pois este sim, é entendível, como prova o Pentecostes e as claríssimas declarações de Paulo, confrontadas e comparadas com outros textos contextuais.